Precariedade aumentou e é mais elevada entre as mulheres
Março 14, 2023Após promessas de aquisições, americanos da Liberty estudam saída de Portugal
Março 14, 2023
24 Fev 2023
Num momento em que os trabalhadores, reformados e pensionistas e as suas famílias estão confrontados com a degradação das suas condições de vida e de trabalho, consequência do modelo de baixos salários e precariedade, do brutal aumento do custo de vida em que se incluem as crescentes dificuldades sentidas pela generalidade da população no acesso à habitação, o governo colocou em discussão um conjunto de medidas sobre esta importante matéria.
Sob o nome “mais habitação”, desdobrando-se em cinco eixos, são elencadas acções, algumas de forma muito vaga, que deveriam visar garantir o direito Constitucional à habitação.
A CGTP-IN considera que o problema da habitação resulta de décadas de desinvestimento, da inexistência de uma política pública e consequente falta de programação, planeamento e construção de habitação pelo Estado. Um problema agravado pela crescente pressão especulativa que domina este mercado, pela denominada Lei das Rendas, aliada à perda de poder de compra dos salários e pensões, que conduz a uma situação insustentável para milhares de famílias.
A solução apresentada pelo Governo, sem prejuízo de considerarmos que são emergentes medidas com efeitos imediatos, passa ao lado das questões estruturais e não é a resposta que o momento exige. É urgente e necessária mais construção e reabilitação de habitação pública a preços acessíveis. A própria previsão que consta no PRR, está muito longe de responder às necessidades das populações e à obrigação do Estado nesta matéria.
Ao mesmo tempo, no pacote agora apresentado mantêm-se intocados os interesses dos grandes fundos imobiliários, que têm nestas medidas uma possibilidade de aligeirar ainda mais as suas responsabilidades e obrigações legais. Da mesma forma, opta o Governo por não tocar nas responsabilidades das instituições financeiras, colocando mais verbas do erário público ao seu serviço com o “apoio na subida da taxa de juro”, ao invés da imposição de limites máximos e da transferência destes encargos para os bancos.
A garantia do direito à habitação, nomeadamente a garantia de que não há despejos no caso de impossibilidade de pagar rendas ou créditos, está, aparentemente, ausente das prioridades definidas.
A CGTP-IN considera ainda que – para além de uma real política de habitação que coloque os direitos de quem vive, trabalha e trabalhou no nosso país acima dos interesses do negócio, uma política que garanta nos termos previstos na Constituição o Direito à Habitação – urgem medidas que reponham e valorizem os salários e as pensões.
Não resulta de quaisquer inevitabilidades, mas sim da opção política que, neste tempo de lucros fabulosos para alguns, de crescimento das exportações e da riqueza criada no nosso país, a maioria da população esteja a confrontada com a degradação das suas condições de trabalho e de vida.
A CGTP-IN apela a todos os trabalhadores, aos reformados e pensionistas, que se juntem na luta pela elevação das condições de trabalho e de vida, pelo aumento dos salários e pensões, pela defesa e reforço dos serviços públicos e funções sociais do Estado, nas quais se insere o direito à habitação.
Uma luta que está em desenvolvimento nas empresas e locais de trabalho e terá no próximo dia 18 de Março, na Manifestação Nacional em Lisboa, um importante momento de convergência.