Mais Estado para garantir o Direito à Habitação
Março 14, 2023Torneio de Bilhar do SINAPSA | 19 Novembro 2022
Março 14, 2023
24 Nov 2022
Liberty deixou de ser independente, e passou a estar sob gestão de Madrid. Emagreceu, cortou pessoal, prometeu aquisições, mas agora a saída é a hipótese em cima da mesa, segundo a Bloomberg. O grupo está em silêncio.
O grupo americano Liberty está a estudar a saída de Portugal, segundo noticiou a agência Bloomberg. Além de Portugal, a seguradora deixará os negócios de Espanha e de Irlanda, podendo encaixar mil milhões de euros.
A agência de informação financeira escreve que a Liberty contratou o Bank of America para estudar as possibilidades de desinvestimento, adiantando, com base em fontes anónimas, que o negócio poderá estar avaliado em cerca de mil milhões de euros.
A Liberty está presente em Portugal através da Liberty Seguros, o braço europeu da americana que opera em Portugal, Espanha, Irlanda e Irlanda do Norte. Será essa divisão que está à venda.
Ao Expresso, o grupo Liberty Seguros não quis fazer comentários – tal como a Liberty nos EUA não respondeu ao contacto da Bloomberg.
A saída do país contraria a posição assumida em agosto deste ano pela Liberty Seguros, numa entrevista do seu presidente, Juan Miguel Estallo, em entrevista ao Expresso: “Há apetite para comprar”. O grupo mostrava-se com vontade de crescer de forma inorgânica, porque não via forma de expandir-se apenas pelo próprio negócio. Porém, apesar desse apetite, “não” havia “muitas oportunidades”. E, agora, há a possível saída.
O seu antecessor, Tom McIlduff, também referiu, em 2020, o compromisso com o país: “Estamos a fazer aposta de longo prazo em Portugal”.
UMA EMPRESA A PERDER PESO
No fim de 2021, a Liberty Seguros tinha uma quota de 2% no mercado segurador nacional (prémios de 261 milhões de euros), sendo a 13.ª companhia, dois lugares abaixo do ano anterior.
O grupo atua no país quase exclusivamente no ramo não-vida, com o foco nas vertentes automóvel e lar, em que a quota sobe para 3,9%; é a sexta empresa nesse ramo, de acordo com os dados da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF).
Recuando alguns anos, por exemplo até 2017, a Liberty estava entre as dez maiores companhias em Portugal, chegando a estar na sétima posição.
O grupo passou por mudanças nos últimos anos. Em 2018, os americanos decidiram que a Liberty iria deixar de estar presente no país com uma empresa de direito nacional, sendo absorvida por Espanha: a referida Liberty Seguros.
Desde aí, já houve fecho de escritórios no país e o quadro de pessoal também emagreceu. Eram 370 trabalhadores no fim do ano passado, menos 50 que em 2019.
A Bloomberg lembra que a saída da Europa é uma tendência dos seguradores americanos. Entre os maiores grupos seguradores em Portugal os EUA não têm uma posição significativa: a maior seguradora é detida por capitais chineses (Fidelidade, da Fosun), havendo presença de capitais belgas (Ageas, Ocidental), italianos (Generali), ingleses (GamaLife, da Apax Partners), espanhóis (BPI e Santander), alemães (Allianz) e ainda portugueses (Lusitania).